quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Na caminhada para a construção das pontes


No passado dia 25 a 28 de Outubro, realizou-se o segundo encontro dos Jovens Líderes Descendentes de Imigrantes, na Azaruja, Évora.
O grupo informal para a inclusão dos descendentes de imigrantes reuniu-se mais uma vez para falar sobre questões relaccionadas com a integração dos jovens e como ultrapassar os conflitos que vão surgindo.
Desta vez, a questão do lóbi, abordada segundo os especialistas na matéria, Ana Felgueiras e Luís Castanheira Pinto, da Inducar, foi uma das ferramentas para os futuros trabalhos que os jovens possam vir a desenvolver no seio da sociedade e quando opurtuno nas suas associações e comunidades.
Sendo a questão acima referida, um processo deliberado para influenciar as acções dos decisores, com vista a conseguir uma mudança social e torná-la visível, serviu para todos nós, participantes do seminário, clarificar as ideias e mudar de opinião em relação a este assunto. Permitiu-nos ainda, ter um melhor esclarecimento acerca da definição e importância do uso do lóbi.
Ao longo do dia ficamos a perceber melhor através das explicações e dicas, as técnicas e momentos adquados para que se faça lóbi e ter por fim último uma transformação social.

Descendentes de imigrantes que hoje são exemplos.
Antes da hora do almoço tivemos a visita do Secretário de Estado da Juventude e do Desporto, Laurentino Dias, que ainda nos brindou com dois convidados surpresa também descendentes de imigrantes e que hoje são conhecidos nacional e internacionalmente: Nelson Évora, campeão mundial de triplo salto e José Reis medalha de bronze nos mundiais de Kickbox.
Os dois jovens desportistas, que agora servem de exemplos para muitos jovens descendentes e não só, dizem que apesar dos títulos que ganharam levam a vida normalmente e pretendem dar incentivos à aqueles que lutam para uma integração melhor.

Na caminhada para a construção das pontes

Não há futuro sem perdão
O segundo dia do encontro foi de partilha de histórias e de incentivos para que continuemos a desempenhar o papel de facilitadores para uma integração a todos os níveis. John e Engela Volmink, vieram da África de Sul falar das suas experiências num país que praticamente até hoje os seus cidadãos lutam por uma melhor integração. Falaram ainda sobre o que faz um líder baseando-se na vida de Nelson Mandela. Referiram ainda quais as características que um lider deve ter para poder guiar os seus seguidores.
As palavras como a responsabilidade e o perdão foram repetidas pelo casal inúmeras vezes e confesso que me fizeram repensar sobre muitos aspectos da minha vida.
O último dia foi de grande aquisição de conhecimentos através da professora e investigadora do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica, Mónica Dias. Trouxe para a mesa o tema da construção da paz, da sua teoria à prática: A paz só é possível se houver uma construção mental e consciencialização do outro como projecção de mim.
O encontro foi encerrado pelo Alto- Comissário Dr. Rui Marques que nos deixou muitas mensagens: Construir pontes, isto é, sermos pontífices para unir nações e comunidades mas sem esquecer as setes regras que são a base para esta batalha, e nunca pensar sequer em desistir, desanimar e ou perder as esperanças.
Mas acima de tudo este seminário serviu mais uma vez para partilharmos histórias e experiências que vamos ganhando ao longo dos trabalhos que temos desempenhados nas nossas comunidades e associações e sobretudo reflectirmos sobre o que poderiamos fazer para uma melhor adaptação e aceitação dos descendentes e imigrantes que escolheram este país para emigrar e residir.

Texto:Surraia Correia
Fotos: Surraia Correia

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